Ás vezes, quando estendo meus pensamentos no varal, nas manhãs de julho, com o frio pincelando as imagens, pinto todos os retratos que, sorrindo acariciam meus olhos, num beijo de saudade por ter vivido justamente assim.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Saudade

Como saudade assim
Se o tempo foi tão curto
E o tempo agora é longo?
Como saudade assim
Se tudo foi como furto?
Corre que corre
Nem que chore.
Não se explica. Sente-se.
Faz doer,
Parece morrer.
Como saudade assim
De quem vai enlouquecer?
Chega a não acreditar.
Começa a puxar
Migalhas do lembrar
Para afastar um pouco
De saudade assim.
Não adianta.
Ela fica batendo, batendo.
Como tortura.
É linha dura.
Estende o ontem,
Mostra o momento incerto.
Hoje deserto.
Que saudade do incerto.
Da curiosidade
Do que vai acontecer.
Aconteceu.
Tanta saudade assim
Do tempo curto.
Tempo agora é longo.
Como saudade assim
Que arrebenta?
Tenta emendar.
Pedaço por pedaço.
Do fato.
Do retrato.
De tanto pedaço.
Como saudade assim?
De luta.
Desejo.
Procura.
Se está tudo tão junto de mim,
Como saudade assim?


Especial para 08 de setembro, afinal, sou de Virgem!


2 comentários:

  1. Estive aqui.Amei tudo que está registrado neste blogger.Parabéns!bjs Iva

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  2. Oi, Marilda.

    "Não se explica. Sente-se."

    Versos intensos.

    Bjos.

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